domingo, 22 de fevereiro de 2015

De volta às aulas


Vivemos um tempo desafiador. Exigente das melhores posturas e de grande firmeza. A infância e a juventude, que a escola acolhe, construirão sob a orientação dos professores/educadores a sociedade mais justa que desejamos. A reflexão sobre o fazer pedagógico e a função social da escola deve ser um exercício diário. Estamos, constantemente, expostos a notícias que nos apontam um processo de desumanização, eivado de egoísmo, de descaso com o outro e com o que é público. Pouquíssimas são as notícias que nos edificam e alimentam nosso contentamento, nossa esperança, nosso encanto com a vida. O cenário de falência civilizatória interfere, sobretudo, nos estudantes e em suas famílias. Portanto, estar diante deles demanda o enfrentamento desta realidade.

A escola e especialmente a pública, talvez mais do que na sua origem, e bem para além do discurso, tem responsabilidade com a construção dos conceitos de justiça e igualdade. Sem abrir mão do seu caráter científico, a educação escolar precisa investir na formação do ser humano, contrapondo-se às ações embrutecedoras de caráter egoísta. Precisamos então ser super professores? Creio que não. Precisamos ser o que já somos, homens e mulheres que no exercício de sua cidadania, através do diálogo e da reflexão, desempenham atividade profissional como Educadores Libertadores, pois “Educar é construir, é libertar o ser humano das cadeias do determinismo”.

No último período de governo investimos na reestruturação física e na modernização tecnológica. Realizamos obras grandes e pequenas em 37 das 40 escolas da rede. Renovamos os PCs das secretarias, entregamos 10 Laboratórios TI contendo 14 PC e 1 servidor cada; 15 Laboratórios Móveis contendo 35 netbooks e armário alimentador e, através do Processo de Participação Popular e Cidadã, recursos para 17 escolas adquirirem lousa digital. Os processos de reestruturação curricular foram acompanhados de formação continuada utilizando-se de convênio e parcerias, como de recursos estaduais e programas federais com o Pacto pela Alfabetização na Idade Certa, o Pacto pela Melhoria do Ensino Médio, ampliação dos Programas Mais Educação e Ensino Médio Inovador. A valorização profissional dos docentes e servidores passou pela preservação das carreiras, promoções, realização de concurso público, reajuste salarial superior à inflação.

Os resultados destes esforços combinados revelou-se na redução da repetência em 3 pontos percentuais tanto no Ensino Médio como no Fundamental. A dinamização do currículo escolar ficou evidente na interação entre os níveis e modalidades de ensino, expressa em diversas mostras, festivais, exposições e eventos esportivos realizados pelas escolas da nossa região.

Quero desejar aos professores e professoras um bom retorno ao trabalho, ao convívio com os colegas e com os estudantes em suas comunidades escolares. (Já estou com saudade). Tenho certeza que as experiências anteriores e as boas práticas realizadas serão o referencial para continuarmos avançando na construção de uma educação de qualidade social.

Bom trabalho!

Profª Neila Gonçalves Silva

sábado, 14 de fevereiro de 2015

Vamos conhecer mais um pouco sobre nossa história?

Por: Willy Cesar Rodrigues Ferreira


Andam dizendo por aí que "corrupção e propina em obras públicas no Brasil é coisa que surgiu somente nos últimos 50 anos, da ditadura militar para cá...". E que se rouba dinheiro público hoje, como nunca se roubou antes!
Corrupção e obra superfaturada são coisas velhas no Brasil, gente!

Um dos grandes senadores da história da primeira República foi o gaúcho José Gomes Pinheiro Machado, fundador do Partido Republicano Conservador, de caráter nacional. Atingiu poderes ilimitados na Velha República, (1889-1930), como o de "controlar a Comissão de Verificação de Poderes, cuja função era definir quais candidatos eleitos pelo voto poderiam tomar posse, poder de julgamento da regularidade e licitude das eleições, hoje, da competência da justiça eleitoral. Com este poder em mãos, eliminou no nascedouro diversos mandatos parlamentares.



Pois esse senador, depois do presidente da República Nilo Peçanha, era quem mais tinha influência no Brasil, de 1909 até seu assassinato em 1915. O também gaúcho Mansio de Paiva, que chegou a trabalhar numa padaria aqui em Rio Grande, mas não era nascido aqui, tomou um navio em nosso porto para a capital da República. Ainda deixou-se fotografar aqui, a foto existe. Saiu dizendo: vou ao Rio matar o Pinheiro Machado!

Dito e feito. No dia 8 de setembro de 1915, apunhalou o senador, cuja política ele julgava nefasta. Ao matar sua vítima, sem dar-lhe chance de defesa, não fugiu e calmamente entregou o punhal ensanguentado para as pessoas que estavam com o político. Preso, foi condenado e disse até a morte: "agi por conta própria!".

Agora vem a corrupção e a propina.

O capitalista Percival Farquhar, norte-americano, e o banqueiro Hector Louis Legru, francês, foram os sócios majoritários da Companhia Francesa, que assinou contratos com o governo brasileiro para as obras do porto e barra do Rio Grande, com a construção dos molhes.


A Cia. Francesa foi autorizada a funcionar pelo decreto 7007, de 2 de julho de 1908, quando foram levantados 100 milhões de francos-ouro, ou 19 milhões de dólares, e as obras começaram.


Segundo o biógrafo Charles Gauld, autor do livro "Farquhar - O último titã",

"...Farquhar precisou pagar o preço da interferência da engenharia francesa, além de uma custosa extorsão feita pelos brasileiros.

Estes brasileiros eram políticos vinculados ao senador Pinheiro Machado que, utilizando-se de informações privilegiadas de governo, compraram terras em Rio Grande, essenciais ao canteiro de obras antes, para vendê-las a preço superior, depois. Farquhar apelou em vão ao senador e ao ministro Francisco Sá, da Viação e Obras Públicas, tendo que afinal pagar 900 contos de réis por áreas que mal valem 100 contos.


Gauld acrescentou que "...os políticos construíram instalações portuárias para rivalizar com ele (Farquhar) em Pelotas, à margem da Lagoa dos Patos, a 55 quilômetros de distância de uma das ferrovias que Farquhar controlou entre 1911 e 1915, prejudicando Rio Grande".


E possível retroceder bem mais. Quem leu a biografia do Barão de Mauá, empreiteiro no Segundo Império, do jornalista e biógrafo Jorge Caldeira, sabe bem. Também o livro "Chatô - O rei do Brasil", de Fernando Morais, contém tratativas entre governos x empreiteiras.


Nada de novo no Brasil de todos nós. Penas!
Fontes: pesquisa do autor para o livro "A cidade do Rio Grande", a sair pela editora Top Books, Rio de Janeiro; "Farquhar - O último titã", de Charles Gauld; Wikipedia para a foto do senador; site Papareia para a foto da Ilha do Ladino, com maquinário das obras do aterro para o porto novo, entre 1908-1915.
http://2.bp.blogspot.com/-4knhswmeX-Y/VN9Z-GB_zYI/AAAAAAAABL4/8m5ibX1KoQ8/s1600/Porto%2BIlha%2Bdo%2BLadino.jpg

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

Diretor(a) faz a diferença

O Ministério da Educação abriu neste espaço http://pddeinterativo.mec.gov.br/diretorprincipal/ uma Consulta Pública para a criação de um programa de valorização de diretores de escolas públicas de educação básica municipais, estaduais e federais de todo país.

O objetivo é que alunos, pais, professores, gestores, comunidade escolar, academia, estudiosos e sociedade em geral possam apresentar suas experiências sobre o trabalho de diretores escolares e fazer propostas, sugestões e comentários.

Esta consulta ficará aberta até dia 02/03/2015. Imediatamente após o término do prazo, todas as sugestões serão sistematizadas, analisadas e servirão de base para um debate público sobre a criação do programa.
https://scontent-gru.xx.fbcdn.net/hphotos-xpf1/v/t1.0-9/10991161_814914298556386_9013280312016120185_n.png?oh=c4c6f1877449463f114442d45d2fe5e5&oe=5558E316


sábado, 7 de fevereiro de 2015

Educação de qualidade exige trabalho e custa caro

Inauguração do Palácio das Hortências - 1954

Vários questionamentos me ocorreram ao ler a notícia do pregão, no valor total de 8 mil reais para a compra de lençóis, travesseiros, roupão e toalhas, preparando o chamado "Palácio das Hortências" para uso do Governador e sua família: a imagem de gringo simples e modesto (exibida na campanha eleitoral); a existência desta estrutura (idealizada em 1939); a necessidade de substituir elementos ou remodelar as residencias oficiais, apenas porque mudou o governante (lembro o quarto do neto da governadora). Contudo exitei em me manifestar sobre a compra do sofisticado enxoval.  

Ontem, porém, fiquei sabendo que a Secretaria de Educação cortou 50% das funções gratificadas (FGs e CCs), nas Coordenadorias Regionais. É preciso esclarecer que estas são as funções de menor valor, variando entre R$154,00 a R$860,00. Tem sido utilizadas para contratação de motorista, assistente jurídico, assistente de comunicação, assistente de informática, por exemplo, pois são quadros necessários e inexistentes na educação. O corte reduz a possibilidade de provimento das Coordenadorias e prejudica o serviço. 

Do ponto de vista da economia e austeridade o corte representa impacto financeiro insignificante, principalmente se comparado ao custo de uma estrutura palaciana obsoleta e subutilizada como o "Palácio das Hortências".

Residência oficial do governo gaúcho na Serra fica na cidade de Canela
Foto: Alessandra Rech/Pioneiro / Agência RBS

Erra o novo governo quando corta recusos de serviços essenciais, como a educação. As coordenadorias vem trabalhando no limite. O Coordenador Adjunto já assumia, obrigatoriamente, uma das chefias ( administrativa, financeira, pedagógica ou de recursos humanos). Cada assessoria do núcleo pedagógico cuida de três ou mais pastas, pois o volume de projetos, programas, atendimento às escolas e comunidade vem se ampliando com novos recursos federais. Mais Educação, Ensino Médio Inovador, Brasil Alfabetizado, Brasil Profissionaliza, PróInfância, certificação pelo ENEM, ENCEJA são alguns exemplos. Os programas e demandas da Rede Estadual, embora informatizados na última gestão, exigem acompanhamento e controle.

Considerando que o RS deve investir 35% da receita tributária líquida anual na Educação, este corte é  no mínimo, questionável.

Recomendo:
Os lençois de cetim do Sartori e a crônica de um governo sem rumo.http://polentanews.blogspot.com.br/2015/02/os-lencois-de-cetim-do-sartori-e.html

Origem e a história mais recente do prédio instalado no parque de 9 hectares, em Canela/RS.
http://ngc44-canela.blogspot.com.br/2013/03/palacio-das-hortencias.html#.VNYbE_nF-dc