sábado, 21 de abril de 2012

Seduc debate ensino técnico e trabalho flexível

A professora e pesquisadora Acácia Kuenzer defendeu que a educação profissional deve proporcionar “uma densa e solida formação geral, articulada com a formação técnica”. A afirmação foi feita no seminário “Formação Necessária para Educação Profissional no Contexto do Trabalho Flexível”, que aconteceu no final da tarde desta quinta-feira (19), no Auditório do Centro Administrativo Fernando Ferrari. O evento contou com a participação de representantes das Coordenadorias Regionais de Educação (CREs) e das escolas técnicas de Porto Alegre e Região Metropolitana. 

O secretário de Estado da Educação, Prof. Dr. Jose Clovis de Azevedo, anunciou, na abertura do Seminário, que “o repasse de um milhão e 400 mil reais para as escolas técnicas já está liberado, aguardado apenas a validação, pelas escolas, dos critérios para distribuição dos recursos”. Azevedo afirmou que a Educação Profissional é prioridade para a Secretaria de Estado da Educação (Seduc) e informou que para 2013 haverá mudança na distribuição dos recursos da autonomia escolar: “Com um repasse maior para as escolas técnicas”. O secretário explicou que está em estudo a criação de novos cursos para atender as necessidades de desenvolvimento do Rio Grande do Sul. 

A professora Acácia Kuenzer. Fez uma reflexão sobre as mudanças na forma de organização do trabalho e os impactos na educação. Ela explicou que no modelo fordista/taylorista, que dominou a produção capitalista no século XX, o trabalhador executava tarefas repetitivas e ficava muitos anos em uma mesma empresa. Neste contexto as escolas técnicas formavam os estudantes para executarem tarefas repetitivas. 

Com a reestruturação da organização do trabalho, implantada a partir dos anos 80 do século passado, o trabalho assumiu uma caraterística flexível: “A flexibilização do mercado leva a que as pessoas entrem e saiam das ocupações para as quais se formaram, seguindo a lógica de emprego/ desemprego. Neste novo contexto o trabalho intelectual passa a ser mais valorizado, para a solução de problemas. Já que o trabalho repetitivo é automatizado. No trabalho flexível as cadeias produtivas agregam desde o trabalho desqualificado até o trabalho intelectual”. 

Segundo a pesquisadora as transformações no mercado de trabalho geraram novas demandas para a Educação Profissional, Ela defendeu que “a escola prepare o jovem para ingressar no mercado, com uma perspectiva crítica sobre a realidade da organização do trabalho”. Kuenzer afirmou que educação geral desqualificada não leva ao aumento da empregabilidade: “É necessário é uma articulação entre educação geral e educação tecnológica de alta qualidade. Formando jovens que tenham uma formação politécnica e que conheçam o mundo do trabalho e técnicos que tenham uma formação geral que leve a reflexão”, concluiu a palestrante. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário